A Europa do Antigo Regime
Durante o Antigo Regime o absolutismo era a forma típica de governo que predominava na Europa. Salvo algumas exceções, como as cidades do Norte da Itália (repúblicas oligárquicas), a República das Províncias Unidas dos Países Baixos (república oligárquica), a Polônia (monarquia cujo rei não dispunha de plenos poderes) e o Sacro Império Romano-Germânico (federação de estados alemães com um imperador que não dispunha de autoridade efetiva).
Em relação ao aspecto econômico, a agricultura na Europa ainda era a atividade predominante, sendo marcante a intervenção do Estado na economia. Esta prática ficou conhecida como o mercantilismo.
A sociedade europeia no período do Antigo Regime era uma sociedade estamental, ou seja, estava organizada em camadas (ordens, estados ou estamentos) De modo que a primeira camada era composta pelo clero, a segunda pelos nobres, e a terceira (Terceiro Estado), pelo restante da sociedade. No entanto, os burgueses estavam em ascensão.
Originalmente, a palavra burgues, designava aquele que habitava os burgos, centros urbanos formados a partir da Baixa Idade Média. Com o tempo, os burgos cresceram e devido ao seu dinamismo comercial, se transformaram. Ocorre então, a formação de corporações dedicadas ao comércio, ao transporte marítimo e às finanças. De maneira que a burguesia se destacou dos demais indivíduos do Terceiro Estado e a palavra passou a representar àquelas pessoas que se dedicavam com exclusividade às atividades ligadas à produção, ao comércio, aos transportes e à atuação bancária.
Contudo, mesmo com sua ascensão, a burguesia deveria agora conquistar seus direitos. Pois na época do Antigo Regime, toda a riqueza produzida e recolhida pelo Estado era direcionada aos privilégios dos dois primeiros estamentos (clero e nobreza). Essa injustiça gerou conflitos e o Estado passou a gastar mais do que arrecadava. Para suprir as demandas dos clero e da nobreza os reis buscaram aumentar os impostos sobre o terceiro Estado (povo e burgueses) ampliando ainda mais a distância entre pobres e ricos.
Neste momento, as diferenças entre as ordens eram gritantes. Em termos políticos surge um movimento de oposição ao Antigo Regime, formada por pensadores que defendiam ideias liberais (igualdade perante a lei e na cobrança de impostos), condenavam o poder absoluto dos reis e tinham como propostas de formas representativas de governo. Este movimento ficou conhecido como o Iluminismo.
O Iluminismo "Época das Luzes"
O iluminismo foi um movimento político, cultural e intelectual que surgiu na França e se espalhor pela Inglaterra e depois por toda a Europa do século XVIII. Os iluministas eram pensadores que buscavam "iluminar as ideias" com o uso da razão e da ciência aplicando suas teorias nas instituições políticas e sociais da época moderna e estavam convencidos de que, se as “luzes da razão” fossem aplicadas, o resultado seria o bem-estar de toda a humanidade. Estes filósofos ressaltavam em suas obras o combate a abusos e preconceitos decorrente do antigo regime.
Dentre os inúmeros filósofos da época, destacamos:
John Locke, o "pai do liberalismo". Criticava a teoria de divina do poder real. Para Lock o povo é soberano e este poder não estava no Estado.
Montesquieu, acreditava na divisão dos poderes e nas outras formas de representar o poder do Estado (monarquia, republicanismo e despotismo). Em suas obras destaca-se a importância da divisão do poder do Estado em três partes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para que não ocorra a centralização do poder.
Voltaire, o crítico das religiões. Segundo este filósofo, a igreja abusava de seu poder como instituição interverindo no sistema político.
Jean-Jacques Rousseau, defendia a ideia que o homem nasce bom, a sociedade que o corrompe."Para existir harmonia e bem-estar, deveria haver uma nova sociedade, na qual cada um, em vez de submeter-se à vontade de outrem, obedeceria apenas a uma chamada “vontade geral”, que o homem reconheceria como sua própria vontade. Como isso ocorreria? A partir de um acordo racional entre os homens, o famoso Contrato Social." (Guia do Estudante).
Além dos teóricos do Iluminismo existiam também os enciclopedistas (Diderot e d'Alembert) responsáveis por reunir todo o conhecimento humano em enciclopédias. Este foi um meio de vulgarização científica que organizou de forma sistemática os progressos da época disponibilizando ao público. Desta maneira, a ideia principal da produção das enciclopédias era disseminar que a "razão é o juiz supremo de todas as crenças humanas."
Fontes:
https://www.suapesquisa.com/biografias/john_locke.htm
https://www.suapesquisa.com/biografias/voltaire.htm
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/jean-jacques-rousseau/
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