Introdução à Baixa Idade Média.
A Idade Média corresponde ao período do século V ao século XV. No entanto, para facilitar os estudos sobre essa idade, os historiadores subdividiram a Idade Média em duas partes. Do século V ao século X, compreende a Alta Idade Média - período de invasões, desagregação do Império Romano, formação da sociedade feudal (Feudalismo). A partir do século XI ao século XV, foi denominada de Baixa Idade Média.
A baixa Idade Média é caracterizada pelo fim das invasões bárbaras, em especial, dos normandos, magiares e sarracenos. Neste momento esses povos tendem a estabilizar e aos poucos, surgem as primeiras monarquias medievais. Entre elas, o Sacro Império Romano - Germânico, a França e a Inglaterra.
Como vimos durante o feudalismo, a Igreja Católica ampliou seus poderes e seus limites. Contudo, aos poucos o poder do clero passou por um processo de reestruturação e reforma. Outro aspecto importante desse período é a formação das Cruzadas, movimento político, econômico e religioso que tinha como objetivo resgatar os lugares sagrados (Jerusalém e o Santo Sepulcro) das mãos dos muçulmanos (os infiéis do ponto de vista dos cristãos). Devido as Cruzadas, houve uma dinamização das relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente.
A partir do século XI ocorreu o Renascimento Comercial, quando as rotas de comércio do Mediterrâneo se tornaram importantes e lucrativas. Constitui-se na Europa, "um grande mercado consumidor de luxuosos produtos orientais, como seda, tapetes, joias e principalmente especiarias, como cravo, canela, pimenta-do-reino, gengibre, etc." (Toda Matéria, 2017)
No entanto, mesmo com grandes avanços nas áreas econômicas devido ao ascensão do comércio, graças ao Renascimento Comercial e Urbano, um conjunto de fatores acabou levando a Idade Média ao seu fim, esse período ficou conhecido como a Crise do Século XIV.
Sacro Império Romano-Germânico
O Sacro Império Romano-Germânico era uma monarquia de caráter feudal que durou de 800 até 1806 na Europa Central e parte do Norte da Europa. No auge, incluía os atuais territórios pertencentes à Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, República Checa e República Eslovaca. Incluía, ainda, a Eslovênia, a porção leste da França, a parte norte da Itália e oeste da Polônia. Constituía uma centenas de condados, ducados, principados e cidades imperiais.
Abrangência de territórios no auge de poder do Sacro Império Romano-Germânico
Carlos Magno e o Império Carolíngio
A criação desse império multilíngue começou em 800, ano da coroação de Carlos Magno pelo Papa Leão III. O ato representou a restauração do Império Romano do Ocidente. Era o início do Império Carolíngio. O conglomerado resultou da dissolução do Império Franco, na sequência do Tratado de Verdun, assinado em 843. O império foi dissolvido em 1806, em decorrência das Guerras Napoleônicas. A essa altura, abrangia os territórios que hoje pertencem à Bélgica, Croácia, Itália, Holanda, França e Polônia.
Política
A unidade política defendida por Carlos Magno era embasada no cristianismo. A dinastia carolíngia perdurou até a morte de Carlos, o Gordo, em 887. Em seu lugar é coroado Otto I, o primeiro Imperador da extensão territorial denominada Sacro Império Romano-Germânico. Otto I era duque da Saxônia, rei da Alemanha e Itália. A coroação, presidida pelo Papa João XII, só ocorreu com a garantia da independência dos estados pontifícios.
Sociedade
O império era uma monarquia eletiva. A coroação do imperador estava subordinada ao Papa e entre os alemães permaneceu, até a dissolução. Era dividido em muitos territórios governados por herdeiros nobres, príncipes-bispos ou cavaleiros. O imperador era eleito por um seleto grupo. Muitas regiões mantinham a hereditariedade do sucessor. Foi assim com a dinastia dos Habsburgos, cuja linha sucessória iniciada em 1452 não foi interrompida.
Características
- Divisão em territórios e principado
- A regência era realizada por príncipes, condes ou cavaleiros imperiais
- Os imperadores consideravam-se continuadores dos imperadores romanos na defesa do governo e apoio à Igreja
- Era semelhante a uma confederação
- Composição étnica diversa
- Diversidade cultural
- Diversidade linguística
- Influência direta do papado
- Poder real sujeito à autoridade divina
- União entre Igreja e Estado
- Modo de produção feudal
- O comércio apresentava um sistema administrativo e judicial
- Arquitetura das cidades focada no militarismo
Caminho da França e sua Monarquia
As principais armas dos soberanos para consolidar o poder central e enfraquecer o dos grandes feudatários eram seu prestígio junto aos camponeses, aos artesãos, aos burgueses e ao clero (interessados numa realeza forte, capaz de defendê-los da arbitrariedade dos grandes senhores) e a estratégica localização dos domínios reais: entre os cursos médios dos rios Sena e Loire, as mais importantes vias de comércio da França central e setentrional.
Isto favoreceu enormemente a aliança real com os comerciantes, além de enriquecer os soberanos, que cobravam impostos pelas mercadorias negociadas. Essa medida, oficializada no reinado de Filipe II Augusto (1180-1223), garantiu à coroa excelente fonte de renda.
Foi esse Capeto, além disso, que enfrentou os Plantagenetas – linhagem dos reis da Inglaterra; lutou contra os filhos de Henrique II, Ricardo Coração de Leão e João Sem Terra – e retomou os feudos ingleses em solo francês: Anjou, Normandia e outros.
Aliado à burguesia, combateu o poder dos nobres. Organizou um exército de mercenários e centralizou a justiça por intermédio de bailios e senescais, funcionários da coroa que aplicavam a justiça em nome do rei. Filipe IV, o Belo (rei em 1285-1314), regulou o direito dos burgueses (1287), garantindo seu apoio e simpatia.
Anexou a Aquitânia, feudo inglês em território francês, e vários feudos do Império Romano-Germânico na França. Taxou os bens do clero e proibiu a remessa de ouro e prata para os Estados Pontifícios, o que provocou sua excomunhão.
Vingou-se fazendo prender o papa Bonifácio VIII (Benedetto Gaetano) e impondo, após sua morte, em 1303, a eleição de Clemente V (Bertrand de Gol, francês); além disso, transferiu a sede do papado de Roma para Avignon, cidade do sul da França. Por quase setenta anos (1309-78), os papas ficaram à mercê dos reis franceses, no chamado Cativeiro da Babilônia.
Depois do caos, a reorganização
A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) interrompeu o processo de fortalecimento da monarquia na França. Os camponeses arruinaram-se e o comércio se desorganizou.
Eclodiram graves rebeliões: em março de 1358, os burgueses, tendo à frente Etienne Marcel, líder dos Estados-Gerais, pretenderam colocar a monarquia sob o controle de um conselho formado por nobres, clérigos e burgueses (os “três Estados”); em maio estourou a Jaqueria, sublevação de camponeses contra a servidão (“Jacques Bonhomme” era o nome dado pelos nobres aos camponeses).
A revolta foi brutalmente esmagada pelos exércitos da nobreza. Esta, atemorizada pela disposição revolucionária dos comerciantes e camponeses, passou a apoiar todas as reivindicações reais, e o poder político tornou-se mais centralizado ainda, reduzindo-se drasticamente as prerrogativas dos senhores feudais.
Guerra das Duas Rosas
A Guerra das Duas Rosas foi uma guerra civil ocorrida na Inglaterra entre os anos de 1455 e 1485. Os conflitos ocorreram pela disputa do trono inglês entre duas importantes famílias nobres britânicas: Lancaster e York.
O nome da guerra é em função dos emblemas que representavam estas duas famílias: Casa de Lancaster (rosa vermelha) e Casa de York (rosa Branca).
Causas
- Rivalidade histórica entre as famílias nobres inglesas: Lancaster e York;- Disputa pelo trono da Inglaterra entre estas duas famílias.
Em 1455, a Inglaterra era governada pelo rei Henrique VI da Casa Lancaster. A derrota na Guerra dos cem Anos (1337 a 1453), a administração fraca e os problemas mentais apresentados por Henrique VI gerou um clima favorável para a disputa pelo trono inglês.
Ricardo, duque de York, se uniu a vários nobres ingleses e exigiu a renúncia de Henrique VI do trono da Inglaterra. Em 1455, Henrique VI organizou um exército para atacar Ricardo e seu grupo. Teve assim início a Guerra das Duas Rosas.
Durante os 30 anos, ocorreram várias batalhas e vitórias de ambos os lados. Milhares de ingleses morreram nos conflitos e a Inglaterra ficou praticamente dividida.
Com a derrota e morte de Ricardo na Batalha de Bosworth (1485), o vencedor Henrique Tudor foi coroado rei da Inglaterra (Henrique VII). O novo rei conseguiu colocar fim ao conflito militar e a disputa política ao se casar com Isabel de York, unindo desta forma as duas famílias.
Consequências
- Centralização política nas mãos do rei da Inglaterra;- Fortalecimento da Dinastia Tudor;
- Formação da Monarquia Nacional na Inglaterra;
- Enfraquecimento do poder político de senhores feudais e nobres ligados às atividades rurais;
- Diminuição da influência inglesa na Europa;
- Aumento da influência dos comerciantes na vida política inglesa.
Retirado de:
https://www.todamateria.com.br/baixa-idade-media/
https://www.todamateria.com.br/sacro-imperio-romano-germanico/
https://www.meusresumos.com/historia/monarquia-francesa/
https://www.suapesquisa.com/historia/guerra_duas_rosas.htm
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